domingo, 30 de outubro de 2011

Pan 2011. Razões para comemorar ou para chorar?

Hoje acabam os jogos Panamericanos 2011 e como você avalia o desempenho do Brasil nesses jogos?

Ganhamos algumas medalhas inesperadas e perdemos umas que eram certas. Mas e daí? Qual o reflexo disso tudo para o esporte brasileiro nas próximas Olimpíadas?

Para esportes como o Atletismo e Natação (de tempo), temos que levar em consideração os tempos que os atletas obtiveram e se eles estão próximos às principais marcas obtidas no ano. Não adianta nada ser ouro no Pan com um tempo bem mais alto do que os que estão obtidos pelos principais competidores mundo afora.

Nos esportes de luta e os coletivos temos que analisar quais os adversários enfrentados, se eram de primeira linha e como nos saímos quando os enfretamos.

Nos esportes de precisão (tiro, arco e flecha, etc) temos que avaliar os resultados obtidos e se estão próximas das obtidas pelos grandes atletas no mundo.

Enfim, mais do que comemorar o recorde de medalhas ou que superamos a Argentina em número de medalhas de ouro conquistadas ou qualquer outro item que se julgue importante, temos que pensar grande e isto nos leva a fazer análises mais complexas e em um outro nível.

Não achei que a participação brasileira foi tão boa assim nesses jogos já que o Estados Unidos levou seu time C e recheado de atletas universitários. Os profissionais não foram nem sequer consultados para participar. 
Canadá e México não são potências em todos os esportes e Cuba se sobressai mais nos de luta e nos coletivos.

Por isso, acho que devemos comparar nossos resultados com os dos melhores atletas nos principais torneios mundiais e ver o que podemos melhorar para chegar em alto nível nas Olimpíadas.

Do desempenho brasileiro, acho que brigaremos por medalha na Natação Masculina com César Cielo, Vôlei Masculino e Feminino e Futebol Masculino. Judô pode dar alguma medalha, mas não muitas já que este esporte está caindo de produção por falta de investimento e, a vela.
O resto terá enormes dificuldades.

O grande problema está na nossa cultura. Eu nunca vi um país ser tão bitolado em futebol quanto o nosso. Nós nos esquecemos de que pode-se e deve-se investir nos esportes em geral.

Aqui é comum comemorarmos o gasto de bilhões na construção de estádios de futebol e NÃO reclamarmos da falta de investimento para o basquete, futsal, rugby, tiro, judô, caratê, taekondo, natação, atletismo, hóquei, ginástica, tênis, etc (só para citar alguns). Por que?

Nos EUA há investimento desde a infância no esporte. Os jogos estudantis e os universitários são fortes e os principais colégios e universidades dão bolsas de estudos aos melhores atletas. Ou seja, lá o estudo e o esporte andam juntos e, por isso mesmo, os EUA são uma referência nos esportes e sempre figuram entre os melhores em qualquer competição que participam.

Por que não podemos fazer igual? O que eles têm de melhor que não podemos chegar no mesmo nível? Eles por acaso, são mais inteligentes que nós?

A reflexão do resultado destes jogos passa por uma análise do esporte em geral no país e do tamanho da importância que damos às demais modalidades. Querem um exemplo?

Falou-se demais do vexame que a seleção masculina de futebol deu ao perder para a Costa Rica. Os jornais esportivos em geral retrataram e criticaram a comissão técnica e os jogadores (detalhe, a seleção era sub-20) e quanto foi dado de espaço para as derrotas do basquete masculino e feminino e para as vitórias do vôlei? E para as medalhas do judô?

Temos que repensar nossas prioridades para ganharmos algo mais importante e evoluirmos nas competições em geral. Não dá para vivermos só do futebol. 

Temos que ser mais e temos potencial para isso.

Por isso mesmo, comemoro quando um clube de futebol (Santos) decide investir forte no futsal, por exemplo. Acho importante deixarmos a BITOLA de lado e lutarmos para desenvolver e massificar a cultura esportiva no país.

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