quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Futebol de Base: O grande problema do futebol brasileiro

Assistindo a vários jogos da Copa do Brasil sub-20, comecei a entender o porquê da queda de qualidade do futebol brasileiro.

Muitos se perguntam se a atual geração de jovens não é tão boa quanto parece e, por isso mesmo, as partidas da nossa seleção têm sido tão fracas. Outros vão dizer que não há nenhuma "joia" e que estamos supervalorizando jogadores que são apenas bons. É, pode até ser verdade, mas o que me chamou mais a atenção foi ver que NENHUM clube apresentou uma proposta tática ou um entrosamento decente.

E olhem que assisti a jogos de clubes que tradicionalmente revelam jogadores jovens de alto nível. Foram jogos do Santos, do Fluminense, do São Paulo, do Corinthians, do Vasco e por aí vai. Nenhum, repito, nenhum desses times apresentou absolutamente nada de novo.

Trata-se de um bando em campo. As equipes parecem que reúnem seus jogadores, fazem coletivos e rachões apenas, e colocam-nos para jogar e se entrosar durante as partidas.

Como queremos ser a potência do esporte se não temos um trabalho conceitual vindo da base?
Digo, para que tenhamos uma seleção forte (e isso não necessariamente implica em termos 11 estrelas em campo), é preciso que haja uma definição da forma que o futebol brasileiro quer adotar. Isso vale para cada uma das equipes do futebol brasileiro.

Enquanto ficamos nos perguntando sobre os craques e quando eles vão voltar a aparecer, o resto do mundo evolui e treina o COLETIVO! 
Por isso mesmo, várias seleções que eram saco de pancadas no passado passaram a criar problemas para os adversários, passaram a enfrentar grandes potências do esporte de igual para igual.

Ontem, por exemplo, o jogo Santos x Sport foi mais uma pelada que uma partida de futebol de times tradicionais. Não havia esquema tático nenhum, não havia um sistema de marcação definido, todo mundo marcava por zona, os jogadores driblavam a hora que queriam, atacavam sem ordenação e chutavam a gol sem nenhum pensamento de fazer uma jogada melhor.

Enfim, o jogo se deu mais no individualismo do que no coletivo. Os 2 únicos jogadores que mereceram destaque e que jogaram para o time fazendo sempre as jogadas certas e dando passes nos momentos precisos foram Leandrinho (Santos) e Sandrinho (Sport), o resto, esteve muito mal orientado pelos seus treinadores.

É isso que esses clubes querem para seus times principais?

Não era hora deles definirem uma filosofia de jogo e a implantarem desde o início da formação do jogador?

Qual o conceito que o Santos, por exemplo, tem da função dos laterais? O time gosta que ambos sejam mais ofensivos ou mais defensivos? Qual a filosofia e o pensamento do clube a esse respeito?

Daí, trabalha-se com jogadores com o perfil desejado e treina-os para serem excelentes nestas funções desde cedo.

O que não pode acontecer e vem acontecendo, de uma maneira geral no país, é se formar o jogador de qualquer jeito para ganhar competições sub-15, sub-17, sub-20, por exemplo, e esquecerem de que têm é que trabalhar para o jogador chegar em ponto de bala no profissional.

Jogador de base não pode deixar de ter treinamento de fundamentos básicos, como: chute, passe, marcação, cruzamento. São funções primordiais para qualquer elemento, até o goleiro tem que sabê-las.

Então, antes de querermos achar um gênio da bola no país, temos que cobrar maior conhecimento do jogo, maior conjunto e descobrir a maneira certa de jogar. 

Não dá mais para ficar valorizando só esse ou aquele jogador, essa época já se foi. Agora, vale mais o coletivo e o sistema de jogo do que a individualidade. Se conseguir ter as 2 coisas, excelente, se não, tem que lutar para se superar no coletivo mesmo e isso, o Brasil está anos-luz atrás de muitos países que eram apenas medianos no futebol. Que o diga o México que vira e mexe nos bate em competições oficiais.
Alguém sabe de alguma estrela mexicana no futebol atual???
Entenderam o que estou dizendo?

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